13/04/2012

UM SENTIR PORTUGUÊS

Aqui, bem no cimo do homem que sou
sou bem maior do que a minha pequenez...

Aqui, como um grito saído da terra irada
eu posso ser tudo ou nada,
mas sou português!

Sou português, sim!
Mas não sou um "português faz de conta",
um português acidental...
Sou português, porque nasci português
para o bem e para o mal...
E tenho no peito um coração
a bater por Portugal!

Sou português, sim!
Português anónimo, sem voz, sem estatuto
mas com ideais...
Pelos quais eu luto e labuto
até não poder mais...!

Sou português simples
das ceifas, das desfolhadas...
Das casas caiadas
dos vasos floridos...
Dos favos de mel
das amoras silvestres
dos medronhos amadurecidos...

Sou português do campo e da serra
português da urze, do rosmaninho...
Português que lavra a terra
português que pisa o vinho...
Sou português do fado
e do Sado!
Sou português do Tejo
e do Alentejo!
Que dança o Minho...
Canta o Ribatejo...
E bate o corridinho,
nos Algarves do desejo...!

Sou português da broa de milho
das amendoeiras em flor
do folclore, da romaria...
Do alecrim, da esteva e da giesta
e da festa da Senhora da Agonia...!

Sou português renovo
campo verde, mar anil
sou português e sou povo
sou cravo do mês de Abril...!

José Gago

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