30/06/2012

O MONO

Rosto fechado
riso cínico, forçado...

Discurso hipocrita, estafado
tresandando a passado...

Pose de anjinho, mesquinho!
Ar decadente, de general sem patente...

Pão sem sal!
Comprometido
vendido ao capital...!

Eis o perfil
do mono senil
que nasceu e morreu
antes de Abril...!

Mono que Deus tem
lá para os lados de Belém...
Não sei bem, por alma de quem!

José Gago

29/06/2012

CAVACOS

De cavacos não quero falar
não gosto da cavacada
os cavacos, só p'ra queimar
pois não servem p'ra mais nada!

Seja cavaco ou cavaca
são uma espécie sem valor
um género de lenha fraca
que não dá chama nem calor...

Os cavacos causam mossa
por serem podres e fracos
quem gosta de lenha grossa
não passa bola a cavacos!

Bem pior que escorregar
ou pôr o pé num buraco
É alguém ter o azar
de tropeçar num cavaco...

Cavacos não têm graça
não interessam a ninguém
São uma espécie de má raça
só queimados ficam bem...!

José Gago

QUADRAS SOLTAS ( IV )

Quando estavas no atoleiro
chamaste-me, fui a correr,
agora estás no poleiro
finges nem me conhecer...!

Se a hipocrisia no fundo
servisse para engordares
não havia porta no mundo
que desse p'ra tu passares...!

Porque as coisas nunca são
do jeito que tu as pintas
estás sempre a dar razão
aos que te chamam troca-tintas...!

Com os feitos que realças
não me enganas às primeiras...
Até mesmo as notas falsas
parecem ser verdadeiras...!

De uma desfaçatez incrível
tens a vergonha dos cães...
Só que os cães são mais credíveis
que a vergonha que tu tens...!

Confesso que acho piada
quando o cão vais passear
o cachorro não diz nada
tu não páras de ladrar...!

José Gago

QUADRAS SOLTAS ( III )

Nem sempre as tuas graças
têm a graça que pensas
e às vezes dizes chalaças
que não são graças, são ofensas...!

Lindo discurso fizeste
e de forma acalorada...
Tanta coisa tu disseste
que ninguém te ouviu dizer nada...!

Eu não acreditava nisso,
afinal é verdadeiro
que tu só dás um chouriço
em troca dum porco inteiro...!

Qual o porquê, não me interessa
mas é estranho realmente,
que só trabalhes depressa
quando o patrão está presente...!

De rires tanto, até cansaste
no dia em que eu caí...
Com isso nem reparaste
o quanto o mundo riu de ti...!

Se eu sou lama, não sou notado
pois nunca cheiro como tal
já tu, mesmo perfumado
tens da lama o cheiro igual...!

José Gago

QUADRAS SOLTAS ( II )

Se não consegues pôr a nu
aquilo que insinuaste...
Cala essa boca e vai tu
para o sítio que me mandaste...!

Não me fales de honradez
porque isso em ti não abunda
enganaste-me uma vez
já não me enganas a segunda...!

Não te vejo a trabalhar
e vives na ostentação...?
Estou mesmo a adivinhar
qual a tua profissão...!

Se discutires com mulheres
sem voltares depressa as costas
vais dizer o que não queres
vais ouvir o que não gostas...!

Se tu na rua apareceste
com o teu nariz cagado
foi porque tu o meteste
onde não era chamado...!

Filho da puta! Me chamaste!
Mas com tal convicção...
Que eu julgo que tu pensaste
que eu seria teu irmão...!

José Gago

QUADRAS SOLTAS ( I )

Ao ver-te sair da treva,
tão despida e atraente
julguei que eras a Eva,
afinal és a serpente...!

Se fosse a ti, não me ria
daquela que vai ali...
Não vá ela dizer um dia
tudo o que sabe de ti...!

Cautela, escuta o meu rogo
deixa de tanto brincar
quem brinca assim com o fogo
acaba por se queimar...!

A tua vaidade irrita
o teu snobismo chateia
com essa cara bonita
és de todas a mais feia...!

Sempre que sais a terreno
eu caio na perplexidade...
Como é que um corpo tão pequeno
suporta tanta vaidade...?

As mulheres com mais gordura
não são menos cobiçadas...
São como a fruta madura,
desfazem-se quando apertadas...!

José Gago

27/06/2012

SAI DE CENA

Tu bem teimas...
Tu bem tentas...
Dobrar o cabo das tormentas...

Só que o vento não muda
e a corrente não te ajuda...!

Por isso tu corres
e te cansas...
Por isso tu recuas
e avanças...
Sem que faças nascer esperanças!

Sai de cena!
Tu andas desorientado
o teu sorriso é forçado
e o teu olhar está cansado...
Tens de admitir, que és um falhado!
Sai de cena!
Mas sai pelo teu pé,
porque remar contra a maré
não te leva a nenhum lado...!

José Gago

18/06/2012

SEXUALIDADES

O sexo é...

Raíz de todas as raízes...

Pétalas de todas as flores...

Semente de todas as searas...

Alimento de todas as fomes...

Epicentro de todas as paixões...

Maremoto de todos os desejos...

Carrossel
montanha russa em movimento...
Acto de amor
que eu faço contigo, em pensamento...!

José Gago

A CHAVE DAS PALAVRAS

Por mais que eu procure dentro de mim
não acho a chave das palavras...

Eu bem tento recordar-me
mas não consigo lembrar-me
onde deixei a chave das palavras!

E agora...?
O que é que eu vou fazer
sem palavras para dizer...?

Também é verdade que o mundo nunca escutou,
nem ligou às minhas palavras...
Que nunca ninguém leu,
nem entendeu, as minhas palavras...
Logo portanto
ninguém irá notar o meu silêncio!

Não ter palavras é estranho,
mas todo o mal tem emenda...
Por isso, vou fazer um desenho
e talvez o mundo me entenda...!

José Gago

NUNCA É TARDE

Sim, eu sei que é tarde...
Mas também sei que nunca é tarde
desde que não seja demasiado tarde...!

Poderá ser tarde para colher um amor-perfeito...
Mas nunca será tarde para semear um sorriso!

Poderá ser tarde para o enlevo duma canção...
Mas nunca será tarde para olhar o arco-íris!

Mesmo quando no horizonte a esperança arde
e o mar enrola em ondas de quimera...
É preciso acreditar que nunca é tarde
para acender em nós a Primavera...!

José Gago

PORREIRO, PÁ!

Porreiro, pá!
é viver num país a saque
à mercê dos galifões
e dos ladrões de fraque!

Porreiro, pá!
É esta toca de lobos esfaimados
ciosos de dinheiro e de poder...
Esta alcateia que nos usa e abusa
a seu belo prazer!

Porreiro, pá!
Este cantinho esplendoroso
onde a justiça é um gozo...
E o crime, já é quase um acto honroso!

Porreiro, pá!
É ter um milhão de desempregados!
É ver os reformados com os subsídios cortados!
E a fome a alastrar por todos os lados...!
Porreiro, pá!

José Gago

16/06/2012

CIDADÃO LIVRE

Tenho os meus dados registados
e controlados, por todos os lados...
Mas dizem-me, que eu sou um cidadão livre!

Tenho ficha no emprego
nas Finanças
na Segurança Social
Etc & Tal...
Mas dizem-me, que eu sou um cidadão livre!

Sou controlado pelo Governo
pela GNR, pela PSP...
Sou vigiado pelo SIS, pelo SEF
e não sei mais quê...
Mas dizem-me, que eu sou um cidadão livre!

É claro, que eu sou um cidadão livre!

Livre para ser roubado!
Explorado!
Maltratado!
Até ao dia em que estiver morto
e enterrado...!

José Gago

A FAIXA

Socorro!
Os meus filhos têm fome!

Assim dizia a faixa negra
ontem exibida
em plena avenida!

Os meus olhos envergonhados, vexados
continuam fixados no olhar frio e vazio
daqueles dois inocentes,
carentes de amor e pão...
Que ali jaziam esfaimados,
prostrados, de corpitos no chão!

Estava ali, o retrato mais pungente
duma sociedade decadente!
Estava ali, viva e patente
a dignidade apodrecida, de tanta gente!

Em plena capital de Portugal
uma faixa banal...
Uma tragédia real...!

José Gago

11/06/2012

OS BOYS DA VILANAGEM

São os boys da vilanagem
assaltantes do poder
há que travar e varrer
esta infame ladroagem!
               I
Nasceram por sorte sua
de acordo com sua lavra
talhados em corno de cabra
e o cú voltado p'rá lua...!
Sem justiça que obstrua
sua aviltante voragem
esta horrenda sacanagem
chafurda na podridão...
Corruptos até mais não
são os boys da vilanagem!
                 II
Eles são filhos e afilhados
de barões bem conhecidos
de pomposos apelidos
de má história recheados...
Foram meninos mimados
sem nunca nada fazer
só tiveram que aprender
com aqueles que os inspiraram...
E depressa se tornaram
assaltantes do poder!
              III
Na base do compadrio,
do tacho e do amiguismo
promoveram o clientismo
e ganharam poderio...
A corrupção espandiu
com a robalheira a crescer
o país a empobrecer
e a fome já instalada...
Tão tratante canalhada
há que travar e varrer!
              IV
Jamais na vida me iludo
com essa raça de gente
só que eles infelizmente,
são os donos disto tudo...!
Nem necessitam de estudo
p'ra cursar a malandragem
só temos que ter coragem
para lhes fazer a cama...
e acabar de vez com a mama
desta infame ladroagem!

José Gago

FOLHA ESVOAÇANTE

Não sou Camões, nem Pessoa
nem Torga, nem Saramago,
o meu nome é José Gago
sou folha,que no vento voa...
                   I
Não sou intelectual
nem curto essa fantasia
e se me dou à poesia
é por um dom natural...
Uma premissa especial
com que a vida me abençoa
um grito que em mim ecoa
e me dá certa vaidade...
Dentro da minha humildade
não sou Camões, nem Pessoa!
                   II
Eu gostava com certeza,
de ser poeta afamado
um escritor laureado
de grande fama e nobreza...
Porém, esta singeleza
dos versos que eu vos trago,
traduzem-se como um afago,
que eu ofereço a todos vós...
Sabendo que não sou Queiroz
nem Torga, nem Saramago!
                    III
Sou um poeta popular
porque mais não posso ser
mas sinto honra e prazer
em cumprir o meu lugar...
Dentro de mim a pulsar
há um desejo que trago
que é, eu nunca deixar vago
este lugar que hoje é meu...
Quero ser simples, mas ser eu
o meu nome é José Gago!
                  IV
Escrevo a vida e o amor
a revolta e o sentimento
nunca me falta argumento
nem musas ao meu dispor...
Desdenhar do meu valor
não me afecta, nem magoa,
a poesia perdoa
qualquer azia sentida...
Já no Outono da vida
sou folha que no vento voa...!

José Gago

03/06/2012

A CORRERIA DA MARIA

Toca o despertador
hora de ir à vida...
Acorda a Maria
para mais um dia
de longa corrida...

Mal abre os olhos
sente-se cansada...
Mas que adianta...?
Logo se levanta
bem determinada!

Suspira, boceja
profere uma praga
aconchega os seios
que ninguém afaga...

Ela é mãe solteira
mas mãe a valer...
Não caíu na lama
tem um filho que ama
mais amores, não quer!

Já bem acordada
e com decisão
acende a coragem
começa a função...

O duche a correr...
Vestir, calçar...
A cama por fazer
o leite a aquecer
o pão a torrar...

O relógio que avança
sem nunca parar
e a Maria correndo
para não se atrasar!

Vai ao quarto
acorda o filho...
Está rabugento...
Hó! Que sarilho!

Veste-o à força...
calça-o também...
O miúdo berrando
agarrado à mãe...

Mas ela, coitada
com calma aguenta...
Está acostumada
já nem se lamenta...!

Olha p'ró relógio
já está atrasada...
Pega na maleta
e sai apressada...

Pede um beijo ao filho
que lhe dá o nega...
Senta-se ao volante
o carro não pega!

A Maria então
entra em depressão
e solta um palavrão...!
Mas o motor lá pegou
e a Maria acalmou...!

Corre o seu destino...
Cumpre o seu calvário...
E entrega o menino
lá no infantário...

Entra no escritório
sente-se em sufoco
saúda um colega
recebe um piropo...

Mas ela nem olha
nem sequer liga...
Piropos p'ra ela
é tudo cantiga!

O dia decorre
aumenta a agonia
e a Maria ansiando
p'lo final do dia...

Ela é tão novinha
mas tão boa mãe!
Só pensa no filho
que é tudo o que tem!

Hora de saída!
Sai a toda a pressa...
E a sua corrida
logo recomeça...

Recolhe o petiz
de regresso ao lar...
Abraça-o, feliz
deita-se a sonhar...!

Pobre Maria!
Que vida em pedaços!
Ainda uma criança
e um filho nos braços!

Trabalha, trabalha
com perseverança...
Chora quando calha
mas não perde a esperança...!

José Gago

02/06/2012

O VÍRUS

É imperioso!
É urgente!
Que alguém descubra
que alguém invente
um remédio, que cure a minha gente!

Talvez um antibiótico...
Talvez uma vitamina...
Talvez cortisona, ou penicilina...
É preciso matar este vírus
que nos contamina!

É um vírus fatal
letal...
É febre, é infecção...
Grassa em Portugal
chama-se, corrupção!

José Gago

RESGATE

Por onde andarão perdidos os meus passos
que não reconhecem jamais, o chão que pisam...?

Por onde andarão perdidos os meus olhos
que não enxergam jamais, a deversidade das cores
nem das flores...?

Por onde andará perdido o meu pensamento
que não pára de correr atrás do vento...?

Eu próprio me sinto perdido
neste mundo desconhecido...

Por isso me vou sentar
nesta rocha à beira mar
e esperar...
Esperar que o dia amanheça
e a vida apareça, p'ra me resgatar...!

José Gago

PAPÉIS

Neste teatro de cordel
que o nosso mundo aparenta
é fundamental o papel
que cada um representa...

Como é fácil de perceber
há muita gente que não sabe
o que anda cá a fazer
nem o papel que lhe cabe...

Os actores não são iguais
e por isso há sempre empenos
pois uns, tem papel a mais...
outros, têm papel a menos...

Há quem represente com garbo
mesmo sem tirar o curso
há os que fazem papel de parvo
e os que fazem figura de urso...

Também há cenas mesquinhas
que acarretam confusões
porque há sempre "figurinhas"
que se armam em "figurões"...

Mas talvez tudo mudasse
e acabasse o aranzel
se cada um se esforçasse
por cumprir bem o seu papel...!

José Gago

01/06/2012

MEU EX-AMIGO

Olá, meu ex-amigo!
Amigo falso, despeitado...

Eu sei que estás aí, olhando p'ra mim de lado
por eu trazer aqui ao peito
este meu cravo encarnado!

Afinal, um cravo igual
ao que tu, meu ex-amigo, em tempos também usaste...
Mas que depois, atraiçoaste!

Poie é, meu ex-amigo!
Foste iludido
coagido, por outros amores...
E deixaste-te embriagar
pelo perfume de outras flores...

Acontece, meu ex-amigo
que, flores há muitas...
Mas simbolos de Abril, só há um!
O cravo rubro, e mais nenhum!

José Gago

BEBEDEIRAS DE AMOR

Não tentes embriagar-me
com o vinho que há nos teus lábios...

Decididamente, ele não reune a qualidade
nem o sabor da minha preferência...
O teu vinho, tem a cor turva da falsidade
o acre azedo da mentira
e o travo amargo da ausência...!

Eu bebo, sim!
Mas só bebo do que gosto!
E eu gosto é do néctar adamado da paixão...
Não gosto de zurrapa, com sabor a podridão!

Não tentes enganar-me,
com o vinho martelado dos teus lábios...

Eu não me embriago de ilusão
nem bebo com despudor...
Embora que não pareça
apenas perco a cabeça
em bebedeiras de amor...!

José Gago

GRITO SENTIDO

Segundo a voz do povo...
Quem não se sente, não é filho de boa gente!
E quem cala, consente!

Por conseguinte...
Eu, que me sinto enganado...
Frustrado...
Defraudado...
Não posso ficar calado!

Tudo porque o país, que eu trago aqui na minha mão...
Que é o meu país de coração
onde a democracia venceu...
Não é, nem de perto nem de longe
esse país, que Abril, um dia me prometeu...!

Este país abúlico, tristonho
sem alma nem pujança...
Não é o mesmo país, sonhado
desenhado
nos alvores da minha esperança!

Daí, que eu seja impelido a soltar ao vento
este meu grito sentido
como quem cospe um lamento...

Quem foi que espezinhou os cravos de Abril...?
Quem foi que mutilou as rosas de Maio...?

Porquê, não se houvem mais, as canções de Liberdade...?
Nem os poemas, dos poetas da minha saudade...?
E porquê, este espesso manto de angústia
cobrindo a minha cidade...!

Pois que voltem os poetas!
Os cantores e os pintores!
Porque é preciso pintar um arco-íris com novas cores...
É preciso escrever poemas de mil amores...
E é preciso enfeitar as ruas, de canções novas e flores...!

Este país, que eu trago aqui na minha mão...
Que é o meu país de coração...
Não é o país que eu aprendi
nas canções do Zeca, nos poems do Ary
e tantos outros, que eu ainda não esqueci...!

Quem não se sente, não é filho de boa gente!
E quem cala, consente!

Por isso eu sinto!
Por isso eu falo!
Por isso eu não me calo!

Alguém me prometeu um país novo!
Alguém me prometeu um país diferente...
Mentiram-me!
Não posso estar contente!

José Gago

Á ESPERA DO TEU POEMA

Sem revolta, nem desamor,
eu tento não desesperar com a ausência do poema
que um dia, tu me prometeste...

Mas não deixo de perguntar:
Por onde andas...?
Onde foste parar...?
Será que foste para tão longe
que nem as musas te conseguem alcançar...?

Acorda!
Reencontra-te com a vida!
E procura no vento os aromas desvanecidos...

Traz de volta a magia, da melodia
bem como o encanto dos madrigais...
Porque sem isso
não haverá poesa, nem recitais...!

José Gago

VAI DAR BANHO AO CÃO

Não vale a pena vires lembrar-me,
nem relatar-me os meus defeitos,
porque eu sei bem, que não sou nenhum santo...

E também não compreendo
como é que tu te podes considerar um Deus...
Sabendo eu, que os teus pecados
são tantos e tão graves como os meus!

É claro, que tu vais à missa todos os dias!
És um devoto e vives em permanente oração...
Mas de que serve isso...? Se, como homem
a tua conduta não se coaduna com a tua devução...?
A não ser, que...
a inveja, a trucolência e a maledicência,
sejam mandamentos da tua Divina Providência...

Mas tudo bem!
Se a tua mediocridade se arroja
em ser superior à tua devoção...
Só peço que me desampares a loja
e que vás dar banho ao cão...!

José Gago