13/04/2012

ARRÁBIDA, A SERRA E O POETA

Seja em que dia for
e à hora que for, que eu te contemple...
Tu, ditosa Arrábida!
Surges sempre aos meus olhos, bonita e altaneira
qual rainha imaginária, inventada nos meus sonhos...!

A cada relance do meu olhar
a tua silhueta imponente me extasia e estremece,
como prece da minha devoção...
E a minha alma se aquece
no aconchego desse teu manto doirado,
bordado a tons de verde e paixão!

Bem haja, majestosa Arrábida!
Por essa tua condição de altar celestial
dos Deuses apaixonados...
De paraíso terreno
onde a mãe natureza se esmerou e pintou
verdadeiros quadros impossíveis...!
Com um senão...
O senão da tua altivez me oprimir
me esmagar!
Tornando-me escravo desta impotência
de não te saber cantar...!

Por isso, em cada dia que passa
eu ergo a minha taça, ao calor da tua chama
e digo, obrigado!
Abençoado sejas tu, Sebastião da Gama!
Porque tu, sim!
Tu soubeste cantar a Arrábida como ninguém mais o fará...
Tu foste o poeta, o cantor, o amante
que a serra jamais esquecerá!

E porque a saudade nunca foi, nem será para ti
um sentimento temporário...
É por ti, que ainda hoje choram as estevas do Alto da Mata
os medronheiros do Convento
e os folhados do Solitário...!
É a tua poesia, que enfeita ainda hoje o cante fagueiro
dos melros de Alpertuche
e dos rouxinóis do Creiro...!

Desde o Risco até Galapos,
ou do Portinho à Figueirinha...
Bem pode o mar trazer à costa, mil poemas de mil poetas
Que a tua adorada Serra-Mãe...
Jamais será poema, de mais alguém!

José Gago

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