23/05/2012

UM ARCO-ÌRIS CINZENTO

Olho para o campo triste, e ressequido
despido, de flores e erva verde...
Nem um lírio!
Nem uma papoila!
apenas cardos,  a morrer à sede...!

Entretanto, a bruma que se adensa em meu redor
impede que eu vislumbre
a tal luzinha, ao fundo do túnel...
Pois tudo o que os meus olhos alcançam
é um pedaço de céu, totalmente, vazio de estrelas...!

Sobrevoando a campina
somente os abutres
e outras aves de rapina!

Pergunto ao vento, onde estão as pombas brancas!
Onde pára a cegonha...
O cartaxo, a cotovia...
Mas o vento afasta-se, triste
silencioso
espalhando a melancolia...!

E enquanto o vento emudece, e não responde...
um arco-íris, cinzento
que leva o doirado do sol, não sei para onde...!

José Gago

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