Eu pertenço
a todos os que preservam, intactos
os alvores cristalinos, de antigas madrugadas...
Eu pertenço
a todos os que permanecem, desfigurados
pelas cicatrízes da memória...
Eu pertenço
a todas as memórias ensurdecidas
pelos ecos do Tarrafal...
Eu pertenço
a todos os rostos queimados
pelo vento gélido do exílio...
Eu pertenço
a todos os caminheiros do sonho
que pelo sonho é que foram...
Eu pertenço
às bocas amordaçadas, pelo jugo da repressão...
E às papoilas espezinhadas, nos campos de Baleizão!
José Gago
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