Desperto dos meus sonhos e pesadelos,
em plena Serra do Louro, tesouro
com quem partilho o silêncio da noite...
Esfrego os olhos, embriagados de luz
e faço uma vénia ao velho moinho
meu pergaminho...
Convidando o sol, a entrar devagarinho...!
Com um pequenino salto
chego ao Castelo, belo e altaneiro
de onde posso abraçar o mundo inteiro!
Estendo então, o meu olhar feliz
ao Vale dos Barris...
E atiro um sorriso à Serra de S.Luis!
De seguida, abraço a Quinta do Anjo
cumprimento a Lagoinha
e dou uma piscadela de olho, maliciosa
à Vila de Pinhal Novo
a nossa linda vizinha...!
Olhando mais além, descortina-se o Lau...
Lagameças...
Marateca, Poceirão...
Tudo cepas do bom vinho
e fornos do bom pão...
Onde o ar sabe a moscatel e a queijo de Azeitão!
Sigo depois a minha viagem ocular rumo ao sul
e o que vejo deixa-me aturdido...
Estarrecido!
Cego de tanto azul...!
Vejo o Sado a espreguiçar-se, vaidoso
voluptuoso...
E pergunto a Deus, porque é que deu
tanta beleza
Aquele rio da cor do céu...!
Tudo em meu redor é altivez, embriaguês
um sonho azul de mar e serra...
Lá no alto, o sol aquece
e até parece, que o próprio sol
não é tão lindo, como a minha terra...!
José Gago
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